Carta aberta aos leitores
- Cris Cousseau
- 21 de mar. de 2023
- 4 min de leitura
Atualizado: 2 de jan. de 2024
Pegue uma xícara de café, sente em um lugar confortável e venha compartilhar este momento comigo.

Eu pensei em mil maneiras de como começar este texto. Em mil assuntos dos quais eu poderia falar. Novo ano, novas metas, resoluções pra um ano focado e tantos outros temas nessa linha de raciocínio, começar a fazer algo porquê... afinal, é ano novo.
“Uma caminhada no fim de tarde, ver um filme com meu irmão, almoçar com uma amiga, reunir os amigos, almoço de domingo com a família...tem tanta coisa linda no nosso dia a dia, e tantas vezes vivemos tudo isso no modo automático."
Mas a verdade é que eu queria falar mais do que isso, transmitir uma experiência verdadeira. Algo que fizesse sentido, não só mais um clichê daqueles que a gente lê todos os dias no Instagram!
Começar, nem sempre é fácil!
E ao passo que pensava em iniciar este projeto eu também estava totalmente focada nas minhas milhões de metas, em como ser melhor no meu trabalho, em como ser uma pessoa melhor, enfim... com a cabeça a mil e então, no meio disso tudo, eis que sou surpreendida pela coisa que eu menos esperava no início de um ano... um teste positivo para COVID-19! Os sintomas, estão leves, mas o isolamento é inevitável, e isso mexeu um pouco comigo. Primeiramente porque passei a ficar com muito medo de infectar outras pessoas, e depois porque poderia ser um período vazio, sem tanto aproveitamento, e...de solidão! Juntando a notícia inesperada, a ansiedade e os sintomas, tive um desânimo profundo.
Nos primeiros dias vi muitos filmes e séries, e eu amo como eles nos transportam pra outras realidades e ajudam a modular o nosso humor (foquei em comédias românticas e felizes), e então decretei pra mim mesma que seria um período leve e produtivo ao mesmo tempo. E, eu não sei se por estar livre do compromisso de cumprir horas e entregar resultados no trabalho, ou pelo fato de que eu mesma deixei de me cobrar por qualquer coisa que eu tivesse que fazer, tudo ficou leve e eu consegui cumprir com sucesso uma das minhas primeiras metas de 2022: ler mais!
Deitei na rede em um domingo de manhã, e comecei a ler ‘A revolução dos bichos’, terminei as 158 páginas 6 horas depois. Foi meu segundo livro do ano, em menos de 30 dias. Pra quem não tinha uma disciplina de leitura há muito tempo, foi uma baita vitória! Mas não deixei os filmes pra lá, decidi revezar o meu tempo entre as coisas que eu queria fazer e o descanso necessário. Então, dei pause em um filme chamado ‘O casamento do ano’, fiz uma caneca de café, organizei minha mesa, abri o laptop, e aqui estou eu, lhes escrevendo estas palavras.
E um dos temas centrais dessa carta de boas vindas ao blog, desde que pensei em escreve-la, foi autoconhecimento, e junto com isso eu também escolhi uma palavra pra 2022: DESACELERAR! E ela surgiu quando li meu primeiro livro do ano ‘As coisas que você só vê quando desacelera’. E é exatamente a junção dessas duas coisas que eu estou vivendo agora. Eu desacelerei, por isso estou conseguindo enxergar tudo com mais leveza, o que está me fazendo conseguir contemplar as coisas que estão ao meu redor, as que tenho todos dos dias à mão, mas que precisei abdicar nestes dias de isolamento.
Uma caminhada no fim de tarde, ver um filme com meu irmão, almoçar com uma amiga, reunir os amigos, almoço de domingo com a família...tem tanta coisa linda no nosso dia a dia, e tantas vezes vivemos tudo isso no modo automático. Tem tantas ações nos nossos relacionamentos que deixamos de fazer, aquele beijo, aquele abraço, aquele telefonema caloroso a uma amiga querida, nos permitimos viver no piloto automático, sempre ansiosos com o que vai acontecer depois, sempre nos preparando pra alguma coisa, que não vivemos estes momentos com atenção plena. Então, tente fazer este exercício de desacelerar por um momento, de manter a tua atenção focada no que está acontecendo agora, e não no que talvez nem acontecerá depois.
Sobre o autoconhecimento, quero te dizer para olhar mais pra si. Isso não quer dizer que você precisa parar de olhar ou ajudar as pessoas ao seu redor, mas passe a olhar mais pra si, não é egoísmo, é amor próprio, muitas vezes cuidamos de todos e não cuidamos de nós mesmos, não conseguimos olhar para as nossas reais necessidades e entender nossos sentimentos. E se não conseguirmos fazer isso, podemos entrar em parafuso. Pois vivemos num mundo tão acelerado e tão cheio de cobranças, que sempre achamos que temos que fazer cada vez mais, mas nunca paramos para admirar o que temos feito, e o quão belo pode ser o processo no meio disso tudo.
Que atire a primeira pedra quem nunca ficou meio maluco com tanta gente ensinando, falando, tendo sucesso, te dizendo como você tem que fazer, o que você tem que fazer...chega uma hora que dá um ‘tilt’ no nosso cérebro. Nós queremos seguir tudo, mas ao mesmo tempo não conseguimos seguir nada, e aí meus caros, somos paralisados pela nossa velha amiga, ANSIEDADE!
Então, vem aí a nossa palavra de 2022, para nos lembrar que precisamos desacelerar. Dê alguns passos para trás, respire fundo, olhe pra você, tente buscar lá no teu íntimo o que realmente é importante pra ti, o que realmente te faz feliz, o que realmente você quer fazer e como quer fazer... Não se compare! Olhe pra dentro, busque e entenda a sua essência, e a coloque em qualquer tarefa que for executar. Isso faz parte do processo de autoconhecimento, e falando aqui até parece fácil, mas não vou te enganar, não é! E esse processo nunca acaba. Sempre estaremos vivenciando novas experiências e descobrindo novas coisas sobre nós mesmo, a vida é uma eterna escola, e como costuma dizer um velho amigo, ela ensina quem quer aprender. Então, desacelere enquanto ainda há tempo, olhe tudo com calmaria e atenção, olhe pra fora, admire as belezas do mundo, mas nunca se esqueça de olhar pra dentro de você, é sempre lá que estão as respostas.
Bom, por hoje é só pessoal! Se você chegou até aqui, saiba que estou imensamente feliz por isso. Esse blog nasceu de um dos meus propósitos de vida: COMPARTILHAR CONHECIMENTO. Isso sempre fez meus olhos brilharem. Mas não pense que será um local onde tudo que eu falar será uma verdade absoluta. Pessoas precisam de pessoas, ninguém evolui sozinho, então, que tal trocarmos experiências por aqui?!
Conto com você, caro leitor!
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